sexta-feira, 26 de junho de 2009

O rei está morto

Michel Jackson morreu. Até para quem não é fã do cantor, como eu, a notícia soou como um grande susto. A gente não para pra pensar que essas pessoas são mortais. Que até o Rei do Pop um dia abandonaria seu trono. Mas, agora, o que me vem à cabeça é quão humanos e expostos são esses Olimpianos. Apesar de toda a genialidade de sua obra, dos avanços que promoveu no meio musical, das barreiras que transpôs, Michael morre e é lembrado, pela maioria, apenas pelos escândalos sobre seu possível desvio sexual, sobre o negro que ficou branco, sobre o pedófilo e excêntrico... Até parece que a fama e o dinheiro são garantias e obrigação de felicidade plena. As pessoas criticam que, “tendo tudo, não deveria ter terminado assim”, mas não pensam que, talvez, o que faltou ao menino era infância na hora certa, os momentos de brincadeiras ao invés dos aplausos no palco. O que faltou foi a oportunidade de errar e não a exigência da perfeição. Perfeição que se traduz na cara, na busca eterna pela juventude, na metamorfose estética mal-sucedida. Na hora, em que Michael sai de cena, espera-se que as luzes se apaguem para que ele possa caminhar, em paz, na lua!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Vanila Sky


Estou nas nuvens! E isso não é nenhuma figura de linguagem. O avião decolou e me pego apreciando aqueles flocos branquinho, como algodão. Não observo mais como uma criança que busca as figuras conhecidas. Eu apenas vejo a beleza que tem na simplicidade que a nuvem. E, de repente, comecei a perceber porque a expressão “estar nas nuvens” é usada para designar felicidade. A felicidade é simples e, como já dizia Guimarães Rosa, a gente a encontra em horinhas de descuido.
Daqui de cima, comecei a ver as coisas, não só de um outro ângulo, como também de uma outra dimensão. Do céu, os gigantes edifícios ficam pequenininhos, assim como os problemas, a saudade, o rancor... Estou rindo de tudo. Como eles eram pequenos diante da vida!
Como eles são pequenos diante do milagre que é ver um pôr-do-sol do céu. Ele é maravilhoso. O azul do céu cede espaço para outro colorido. Vários matizes pintam o azul celeste de baunilha, laranja, dourado e, em alguns pontos, até o rosa. A luz que bate nas nuvens parece deixa-las com outra textura e consistência. Era como se estivesse voando num mar cheio de geleiras.
Que bom que não fechei a janela. Que bom foi ter olhado, por descuido, pelo vidrinho. Que bom foi ter encontrado a dona Felicidade!




O post veio atrasado. Foi na minha volta ao Rio. Devido alguns probleminhas no meu pc só pôde ser publicado agora, mas vale, né?

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Tempo ao tempo

"O tempo passa quando a gente não está olhando". Ouvi essa frase num filme que assisti ontem à noite. Foi dita em meio a um monte de outras afirmativas interessantes, mas essa me chamou especial atenção. Quantas vezes esperei que o danado do tempo passasse pela minha vida carregando um monte de sentimentos, emoções e coisas velhas que já não cabiam mais! Quantas vezes ouvi as pessoas proferindo um dos ditados mais sábios para mim: "O tempo cura tudo. Isso vai passar".O fato é que o tempo passava.... mas só passava. Não curava, não levava nada embora. Mas, ontem, eu percebi que o deus Cronos tinha sim brincado um pouquinho com a minha vida. Quando eu deixei pra lá ele veio e levou as "velharias" com ele. Não que eu não desse valor a cada fitinha, a cada lembrança ou sentimento empoeirado. Mas é que, há muito tempo, eu precisava limpar a casa, deixar a luz entrar, perfumar o ambiente para as coisas novas. O tempo levou, não jogou fora. Ele, na verdade, pôs as coisas velhas em seu lugar: no passado. Elas ficaram apenas como lembranças, não mais como meu mais precioso "presente". Vi isso assim que senti que meu coração não queimou mais, quando meu rosto não ruborizou e quando eu fiquei feliz em sentir apenas a paz.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Sob as bençãos do Cristo

Já escrevi várias coisas desde que peguei o avião aqui pro Rio. Pense numa viagem critiva! O problema é que a internet aqui do hotel é muito ruim e não consigo postar os textos. Esse daí foi um dos primeiros... Estou enviando da sala de imprensa do Fashion Rio, entre um desfile e outro.



Clichês à parte, mas é inevitável começar esse post de hoje com a frase: “O Rio de Janeiro continua lindo”. Não é à toa que ganhou, com todo o mérito, o apelido de cidade maravilhosa. Acordei e, da minha varanda, dei de cara com a praia de Copacabana. O sol se exibia como em nenhum lugar. Também, lindos homens e mulheres desfilavam faceiros pelo calçadão e pelas areias branquinhas em busca do bronzeado que só o carioca tem.

O Rio é mesmo único e recebe o estrangeiro com os braços abertos, que nem o Cristo Redentor. O Rio, do Pão de Açúcar, do Corcovado, de Copacabana, da Lagoa, de Ipanema, do Leblon.... O Rio, do Maracanã, da Lapa, do samba, da bossa nova, da cerveja gelada... O Rio do malandro, da mulata, da loirinha, do surfista, do casal de velhinhos que caminha sem pressa...
Não sei o que é, mas a gente anda pelas ruas do Rio e se sente em uma cena de novela de Manoel Carlos. É exatamente assim que eu me sinto esses dias, como se estivesse, em câmera lenta, encenando uma trama global. As calçadas com uma gente alegre e bonita, os bares sempre abertos convidando à boemia, a praia seduzindo a um descanso... O povo parece falar com a língua universal do sorriso, dança como se estivesse andando e vive como se estivesse... vivendo! É, o Rio de Janeiro continua sendo.