segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Carol.


A gente tem poucas certezas na vida e muitas lembranças. Certeza é quando não se tem dúvida nenhuma. Lembrança é quando a gente se pega revivendo o passado através de recordações. No meu dicionário, essas duas palavras têm o mesmo sinônimo. No baú da memória é difícil o momento em que não esteve presente, o segredo que não foi confidenciado, o pranto que não foi acalantado, o sorriso que não foi repartido. Lembrar da minha história é conseguir sentir sua presença bem perto. Desde as inocentes brincadeiras de boneca, a amizade com cheiro doce de bombom, biscoito, bolo e sorvete. Na adolescência cheia de dúvidas, a estabilidade que teus ouvidos, sempre dispostos a mais um devaneio meu, me proporcionava. E o frescor dessa recente vida adulta sendo descoberto juntas. Degrau por degrau... Crescendo a cada ano.... Apagando, sob o aplauso da outra, cada vela. Isso são lembranças. Isso também é certeza. Certeza de que nunca estarei sozinha, de que amar vale a pena, que apenas um olhar é o suficiente e que Deus acertou em cheio quando uniu nossas vidas através de sangue, confiança e carinho.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Com a mala na mão

Parado na porta da minha casa, segurando uma imensa mala vermelha, ele me olha sem dizer uma só palavra. Grande, forte, bonito... Dá até uma dorzinha no peito, uma espécie de saudade da companhia, do conforto, da segurança , da adrenalina que me causava. Às vezes fico pensando que ele podia ficar um pouquinho mais de tempo, uns dias a mais, horas sequer pra gastar um pouquinho mais da presença.
Imploro, faço charme, bico, cena. Tudo em vão. A gente vai descendo as escadas rumo ao carro que o espera com o motor já ligado. Em cada degrau a gente relembra momentos. Como nos divertimos! Com ele, tinha mais vontade de aceitar a vida, perdoar os outros, ser mais amiga, ajudar criancinhas, me aventurar em viagens inesperadas, varar a noite de bar em bar, dançar até nascer o dia...
No fundo eu sei (sempre soube, na verdade!) que sua passagem pela minha vida era passageira, sem querer ser redundante. Ele nunca disse que iria ficar pra sempre. Tinha a passagem de volta comprada qunado chegou. E nossa convivência já não estava sendo assim tão harmônica. Ultimamente, não me sentia mais inteira, completa, solar. O mundo não cabia mais na minha mão. Voltara a ser graaande e eu pequenina com meus meros 1,68m.
Eu olho pro carro dobrando a esquina com ele dentro. A rua vai crescendo, levando-o para mais distante até desaparecer. Não choro, como pensava que faria. Eu sei que ele volta. O Sr. Amor sempre volta, pode até não ser eterno. Volta, volta, sim. Com outras roupas, presentes, habilidades. Pode não dançar bem, mas cantar em uma serenata ou escrever pra mim poemas ou me fazer rir com piadas inteligentes. O problema é que dá preguiça de começar tudo de novo. Mas to louca pra voltar a acorda cantando, a ficar que nem boba, a esperar tocar o telefone. No momento, subo a escada sozinha, mas com a sensação de que vivi o que poderia viver.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

enLUArada

Fazia tempo que não escrevia. E era o danado do tempo que impedia. Danada, fugi e escrevi correndo o texto só pra matar a saudade daqui.


Oh, Lua majestosa! Redonda, dourada, encantada.
Lua que embala o romance dos namorados
Musa inspiradora dos poetas
Astro que reina nesse céu infinito de estrelas
Te olho e tu me fitas como se me conhecesse intimamente
Como se me confidenciasse, faceira, parceira
És bela na tua perfeita forma
Incerta, mutável, completa e em pedaços
E me pergunto: é esse o teu mistério?
Tu me respondes com um silêncio noturno
Volto a perguntar, dessa vez, se meu amor te ver
Tu, lá em cima, ele, longe, eu, distante
Fugaz, te escondes na neblina
A Lua foge pra não levar meu beijo ao seu destino
Eu aguardo o afago, o carinho, o abraço, o encontro e o aconchego